segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Tai Chi Terapeutico


O Tai Chi Chuan faz parte da cultura e dos costumes chineses, e tal como outras práticas, teve o seu desenvolvimento ao longo da história chinesa. A teoria mais conhecida sobre a origem do Tai Chi Chuan é que em 1200 d.C. o monge Taoista Chang San-Feng, fundou um templo na montanha Wudang, para a prática do Taoismo, visando o supremo desenvolvimento da vida humana. O mestre Chang ensinava a harmonia do Yin / Yang como um meio de melhorar o desenvolvimento da mente e das habilidades físicas, a meditação, assim como, movimentos naturais do corpo estimulados por uma energia interna, que deveria ser desenvolvida a determinado nível. Este complexo sistema de práticas recebeu o nome de Tai Chi Chuan.
Na época o Tai Chi Chuan também foi criado com propósitos de combate, como arte marcial para o desenvolvimento externo e interno. Mas com o passar dos séculos esta função foi sendo relegada em favor dos propósitos relativos ao desenvolvimento da saúde.
Durante séculos os verdadeiros e dedicados mestres permaneceram nas montanhas juntamente com os seus alunos, levavam uma vida monástica com o objetivo de manter a arte pura, meditavam e praticavam diariamente para elevar o espírito, a condição da mente, disciplinar o corpo. E desta forma, o sistema original foi preservado mais ou menos intacto.
Esta tradição teve um importante papel na passagem do conhecimento e da sabedoria do Tai Chi Chuan para a sociedade e o poder da sua influência foi capaz de fluir profundamente em todas as classes sociais chinesas. Os mestres do Tai Chi Chuan eram considerados como símbolos de sabedoria, eram respeitados por praticarem a justiça, a caridade, educação e as artes de medicina. Estes mestres da antiguidade incentivavam o povo a ser mais disciplinado, saudável, bondoso e inteligente, e foi com esses objectivos que o aspecto da arte marcial do Tai Chi Chuan se desenvolveu.
Atualmente na China esta arte está em toda a parte; nos parques, nos hospitais e clínicas, nos templos, empresas e fábricas. Pela manhã os parques das cidades na China, enchem-se de pessoas a praticar Tai Chi Chuan e Chi Kung. As estimativas oficiais indicam, que o número de cidadãos chineses que praticam nos parques varia de 80 a 200 milhões, e isto ocorre devido aos programas do ministério da saúde publica da China.
O Tai Chi Chuan é composto de movimentos relaxantes, desenvolvidos para estabilizar o equilíbrio das forças vitais do organismo (a união da energia Yin e Yang), isto ajuda todo o corpo a executar as suas funções de maneira mais eficiente. A prática destes movimentos suaves, ocasiona um impacto no sistema nervoso central e constrói uma base para melhorar os outros sistemas orgânicos do corpo: esqueleto, músculos, aparelho circulatório, sistemas linfático, aparelho excretor, glândulas endócrinas, sistema nervoso, aparelho digestivo e órgãos sensoriais.
Existem muitos estilos de Tai Chi Chuan assim como de Chi Kung, alguns desses estilos incluem formas com espadas, leques, bastões, onde as pessoas procuram expressar a beleza dos movimentos.
Alguns dos benefícios do Tai Chi Chuan:
- Aumento da vitalidade, aumentando a energia e a disposição;
- Fortalecimento do sistema nervoso;
- Aumento da atenção e concentração mental;
- Desenvolvimento pleno do potencial mental e espiritual;
- Equilíbrio de todos os sistemas orgânicos do corpo;
- Melhora a serenidade e o equilíbrio das emoções;
- Diminui o stress e a sobrecarga mental;
- Aumento da flexibilidade, proporcionando um relaxamento muscular para todo corpo;
- Fortalecimento do sistema imunológico na prevenção de doenças;
- Superação dos medos e limites.
Pesquisas demonstram que o Tai Chi Chuan pode também curar ou melhorar significativamente doenças como: hipertensão arterial, asma, insônia, arteriosclerose e deformações ósseas, além de acelerar a recuperação de algumas doenças.

Terapia Tradicional e Chi Kung ( Qi Gong)



O Chi Kung (Qi Gong) é uma disciplina da Medicina Tradicional Chinesa, e tal como esta evoluiu através dos tempos. O Chi Kung (Qi Gong) é uma técnica milenar Chinesa de treino interior, objetivando o equilíbrio do indivíduo como um todo: físico, mental e espiritual. Ele resulta de milhares de anos de experiência dos chineses no uso da energia (Qi) para tratar doenças, promover a saúde e longevidade, expandir a mente, alcançar diferentes níveis de consciência e desenvolver a espiritualidade. No entanto, para se obter os benefícios que esta prática proporciona, é necessário vários treinos regulares, disciplina e aplicação prática da sua filosofia no dia-a-dia.
A maioria dos praticantes de Chi Kung, ao final de algum tempo de prática, começam a sentir os seus efeitos, é sem dúvida uma técnica destinada a todos que procuram a saúde e o equilíbrio segundo o Tao e pode ser praticado por pessoas de qualquer faixa etária. O Chi Kung beneficia o metabolismo e previne a maioria das chamadas doenças da meia-idade, tais como o endurecimento das artérias e articulações. Quando é praticado por um certo tempo e regularmente, beneficia especialmente o sistema nervoso central, o praticante ao aprender a controlar a mente, tem maior capacidade de projetar imagens positivas (concentração e contemplação) que trazem paz e tranquilidade a todo o ser, revigorando e estimulando o cérebro, desenvolvendo assim mais capacidade de concentração.
Derivado de técnicas milenares conhecidas como Dao (Tao) Yin, o Chi Kung, como é conhecido nos nossos dias, remonta á época da Dinastia Han (206-220 d.C.) altura em que começou a ser sistematizado. O termo Chi Kung, é um nome relativamente recente, data do início do século XX, sendo esse o nome utilizado actualmente para se referir a múltiplos exercícios destinados a desenvolver a força (física, energética, mental ou espiritual) ou para fins terapêuticos, mediante a utilização da Energia Vital – Chi ou Qi.
Apesar de ainda ser uma prática vista com cepticismo por muitos membros da comunidade médica no Ocidente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), incluiu-a dentro da Medicina Tradicional Chinesa. Diversos estudos científicos sobre a eficiência das práticas de Chi Kung e os seus princípios estão a ser realizados atualmente um pouco por todo o mundo, especialmente na China, no hospital da Cruz Vermelha de Beijing e outros, estão a ser conduzidos experiências em áreas como o cancro e hipertensão, etc.
Algumas formas de Chi Kung são utilizadas não apenas como uma forma terapêutica de melhorar a saúde do praticante, mas também como um instrumento para tratar da saúde de outras pessoas. A forma mais comum utiliza a imposição das mãos e a intenção terapêutica de canalizar ou transmitir a energia (chi) ao paciente, estudos demonstram que o REIKI (terapia Japonesa de canalização ou transmissão de energia) tem como base o Chi Kung, pois o seu fundador, o Mestre Usui era praticante de Chi Kung.
Existem diferentes tipos de escolas de ensino do Chi Kung, mas todas as escolas existentes actualmente são derivadas das cinco principais escolas tendo cada uma delas, objetivos e propósitos concretos tais como:
- Escola Marcial (Wu Jia) objectiva o fortalecimento do corpo e da mente e o desenvolvimento de habilidades marciais;
- Escola Taoista (Tao Jia): tem como principal objetivo o desenvolvimento espiritual, através do controle da respiração e da visualização;
- Escola Budista (Fo Jia): objectiva principalmente o desenvolvimento espiritual através da meditação;
- Escola Confucionista (Ru Jia): o seu objectivo principal é o desenvolvimento mental / intelectual.
Entre os sistemas de Chi Kung mais conhecidos atualmente podem ser destacadas as seguintes práticas: - As oito peças de brocado; - A palma dos 5 elementos (ou movimentos) - O jogo dos cinco animais; - Permanecer quieto como uma árvore; - Renovação dos músculos e tendões.
O Chi Kung também está associado a diversas artes marciais chinesas tais como: o Tai Chi Chuan. Neste contexto, além de ser uma forma de aprimorar a saúde do praticante, o Chi Kung também pode ser empregue como método de defesa ou de ataque.
Nos hospitais de Medicina Tradicional Chinesa, na China, o Chi Kung é uma prática terapêutica de rotina sendo utilizada complementarmente com outros especialidades de Medicina Chinesa ou Ocidental, também é disciplina obrigatória nos Cursos Universitários de MTC.